sábado, 21 de agosto de 2021

A não tão sereníssima República: de Machado de Assis aos nossos dias.

 

Machado de Assis (1839-1908) já era escritor conhecido quando se dá a Proclamação da República, através de um edito, e, não, da vontade popular, em 15 de novembro de 1889. Ao Império e ao Antigo Regime, impunha-se o modo republicano de gerir o país, através da mudança do regime monárquico para a República.  presa à prática escravagista, base da economia colonial. Antecedendo a conjuntura, poucos anos antes, Machado, dentre outras obras, escreve o conto "A sereníssima república", integrante da obra Papeis Avulsos (1882) cujo protagonista, o Cônego Vargas, descreve um Estado à semelhança de uma espécie de aranha que fala. Atento às discussões políticas do meio em que circulava, o escritor, à semelhança de um cronista, descreve um sistema eleitoral baseado na República Veneziana: ao se retirar bolinhas de um saco com o nome dos candidatos que pleiteavam cargos no Governo, saber-se-ia, de maneira prática, rápida e transparente, quais os governantes eleitos. Nas últimas semanas, muito se tem ouvido falar em Reforma no Sistema Eleitoral, como, por exemplo, o retrocesso ao modelo de votação, ao voto distrital, proporcionalidade, coligações...; mas, a questão apresentada por Machado – tão atual! – se resumiria a, simplesmente, no sistema, no modo e no método de escolha dos candidatos? Ou o autor nos permite ir além? Enxergar outras possibilidades? Além do seu tempo?!

Leia, então, o conto que segue, A sereníssima República, de Machado de Assis e pense estas questões tão atuais...

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