sábado, 10 de outubro de 2020

Bob Marley, Charles Chaplin e Vin Diesel

O caixa que me atendeu, muito educada e simpática, era uma mocinha negra, uns vinte anos de idade, aproximadamente, com umas tranças de botar o Bob Marley de joelhos! Caiam pelo ombro e, quase até a cintura, não permitiam que o burocrático uniforme das Lojas Americanas despersonalizasse sua  beleza.



Mas, nem deu tempo de elogiar seus dreads - no estilo! -, pois, ao efetuar a operação para pagar umas poucas coisinhas, a máquina não aceitou a operação por aproximação remota, como tenho utilizado bastante, evitando, assim, mais um item em contato com outras superfícies.

Tentando, outra vez, aproximar o cartão da maquininha, a mocinha me disse que não tinha aquela função. 

Em tempos de corona, o melhor é evitar o contato. Mas, fazer o quê?!

Inseri direitinho, mas, logo veio, novamente, a fatídica 

CARTÃO INVÁLIDO

Como assim?! Eu tinha acabado de sair do Lancheiro, ali de frente, com uma pizza de 45 cm dentre outras compras para aquela sexta feira, início de um fds especial, e eu paguei, direitinho, por aproximação remota, com aquele mesmo cartão!

Eu tinha que levar aquelas compras, pois, além das miniaturas de carrinhos para o José e o Davi. ainda havia as barras de chocolate. 

Não é preciso ser um Chicago Boy, da equipe econômica, pra saber da recessão - não é só na Cesta Básica do brasileiro e no selfie service que tá faltando o arroz: no PF e na marmita o nosso preferido tá bem mais escuro.

Não tá fácil pra ninguém: pra gente, pra mocinha do caixa, pro Vin Diesel...

Mas, diante do isolamento social de mais de sete meses, aqueles itens também se revestiam de grande necessidade: hot whells utilitários e Garoto meio amargo. Afinal, depois de tanto tempo afastados, às vésperas do dia das crianças, finalmente, os primos iriam se encontrar e passar três dias juntinhos lá em casa.

Não se tratava de uma simples black friday, mas como tentativa extrema, então, ao reiniciar a máquina, inseri o bendito e...

CARTÃO INVÁLIDO

Tirei da máquina e tratei de limpá-lo na minha camisa, como todo brasileiro esperto que sabe de tudo, desde os atributos milagrosos da cloroquina, passando pelos efeitos imediatos do canela de velho, passando pelos microchips e acidez do café.

Mas, claro que a sabedoria compartilhada vai além do que se sabe: o cartão poderia estar com a sua tarja desmagnetizada e, passando num tecido, poderia resolver. 

CARTÃO INVÁLIDO

A mocinha tinha mais experiência. E sabedoria.

Olhando nos meus olhos, amigável e tranquilamente, com um tímido sorriso naquele rosto de linda cabeleira, a mocinha dos dreads  falou delicadamente, 

Limpa o cartão no seu cabelo e insere novamente. Costuma funcionar, disse, com sua voz de ébano da Jamaica.



Quisera ter as pantomimas do maravilhoso lord vagabundo para demonstrar minha incapacidade em realizar a proeza. Mas, me esforçando para não deixá-la sem graça ao perceber o que tinha escapado ao seu olhar,  meu riso acompanhado pelo piscar de olhos foi o silêncio que faltava para preencher o momento até que, recomposta, me pediu dirigir-me a outro caixa.



Saí da loja rindo demais da situação, e, claro, pensando, como é bom a gente enxergar além de simplesmente olhar. 

Segue a lição pós pandemia.

Prestar atenção, enxergando as pessoas com quem falamos, pode revelar "detalhes" surpreendentes. Afinal, o olhar atento, também, tem outras funções!




*Imagens públicas retiradas da internet cf hiperlinks




segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Fotograma






Depois de um certo tempo, com as filhas já crescidas, por incrível que pareça, a experiência paternal ainda se mostra como maravilhosa. Ainda mais diante das perguntas, colocações e conversas entre a gente. Próximos, apesar da distância...



Claro que isto se dá com todos os nossos filhos, mas, em especial, hoje, vou falar pra você, minha filha querida Erika, no dia do seu aniversário! 


Diante da pergunta feita por você, hoje cedinho sobre como era ser pai de uma filha de 37 anos.... e de uma criança de pouco mais de 2 aninhos. Seu rostinho, hoje de manhã, na tela do celular, tinha o brilho que a máscara não conseguiu esconder, muito menos deslustrar devido ao escudo do time de futebol rs



Você é muito esperta, né?! Claro que não importam as respostas, mas, sim, as perguntas certas, filha! Mas as mamadeiras, chupetas, brinquedos, uniformes escolares, banhos, fraldas, tombos, machucados, curativos, comidinhas, descobertas - excetuando as primeiras - me ajudam a fazer o link entre aqueles bonitos anos de nossas vidas e a maravilha que tenho vivenciado, hoje, com o teu irmão, o José Vitor.



Em sua formação e educação, acho que eu e sua mãe nos esforçamos para lhe propiciar, muito além do que o colégio podia lhe proporcionar: muita praia, passeios, piquiniques, pracinhas...

E continuei com o que, em parte, responde um pouco da sua pergunta de hoje cedo, pois, ainda lá na sua infância, na casa da vila, além das brincadeiras no quintal - lembra do Neco!!! -, havia, também, o momento Barbie, filmes em VHS, brincadeiras com as sombras, teatrinho.


 

E um pouco letramento digital e que, hoje,  toda esta sua proficiência no home office pode ter tido origem naquele MSX em que, mesmo sem HD (?! ) você se esforçava em desenhar e jogar.









O amor que eu sinto por você vai muito além do tempo ou da distância e continuo me desafiando a ser seu pai...

recomeçando, continuando, transcendendo.






terça-feira, 15 de setembro de 2020

Como a imprensa noticiou as ocupações secundaristas em 2016.

 No ano de 2016, estudantes secundaristas no Rio de Janeiro surpreenderam as secretarias de educação, assim como muitos diretores de escolas, a seus pais e, alguns, a eles mesmos. Sem alarde, aviso antecipado, pistas sequer, as escolas amanheceram, como por um encanto, ocupadas por adolescentes que, ali permaneceram por 90 dias, muitos, sem ao menos, retornar às suas casas. Então, como eu já estava fazendo o meu doutorado e pesquisando justamente os movimentos de resistência estudantil, passei a conviver com os estudantes dentro de uma das escolas ocupadas. 

Imagem 1 - Ano letivo sem aulas
Fonte -  Jornal Extra, 4-6-2016 (Acervo de pesquisa)

Após a desocupação  e a minha saída da escola que, afetuosa e generosamente me acolher, o Colégio Estadual Visconde de Cairu, no Meier, da Seeduc, e retorno à minha, a Escola Técnica de Santa Cruz, da Rede FAETEC ,que também havia sido ocupada, iniciei os estudos de todo o material coletado durante minha permanência em meio aos estudantes, compartilhando a sua rotina, acompanhando-os em suas manifestações, sem deixar de acompanhar o que a mídia divulgava sobre eles. 

Imagem 2 - Secretaria de Educação é ocupada
Fonte - Jornal Extra, 6-6-2016 (Acervo de pesquisa)

Concluído o estudo e a pesquisa, depois de quatro anos escrevendo, pesquisando, entrevistando, conversando, enfim,  no final do ano de 2019, defendi a minha tese sobre as ocupações secundaristas no Rio de Janeiro em imagens: memórias afetivas de um movimento, sob a excelente orientação do meu colega e amigo, o Prof. Dr. Aristóteles Berino, pelo Programa de Pós Graduação Contextos Contemporâneos e Demandas Populares, da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, obtendo o título de Doutor em Educação.

Imagem 3 - A educação em crise

 
Fonte - Toda Palavra, nº 11, dez, 2016

Como sugestão da banca, no dia da minha defesa, inicio, a partir do dia 26/09/2020, durante o Seminário de Educação Popular, pelo GT Juventudes, Movimentos estudantis, a publicização e divulgação de todo o material jornalístico que eu colecionei durante a minha pesquisa. Nem sempre tive a facilidade de encontrar todos este material da imprensa, tabloides e jornais: só quem não mora aqui é que não enxerga que o nosso estado, assim como todos os outros, também é seccionado culturalmente, havendo determinados jornais para alguns bairros e, outros, para outros.

Imagem 4 - A mãe de todas as crises

Fonte - Toda Palavra, nº 11, dez, 2016

Como também foi minha intenção analisar , futuramente o discurso utilizado pelos diversos editoriais, somente em determinadas bancas de jornais eu conseguia algum exemplar de um periódico da imprensa alternativa, e, isto, já havendo, antecipadamente, reservado o exemplar.

Imagem 5 - Toda Palavra

Fonte - Toda Palavra, nº 11, dez, 2016

Desta forma, publicizando este material, fonte primária de pesquisa, em imagens por mim digitalizadas direto dos jornais impressos, homenageio, mais uma vez, os e as protagonistas das ocupações secundaristas e desejo que, assim como me foi de grande valia, que, contribuindo para a sua memória, que ele permaneça como registro deste movimento inédito no Rio de Janeiro para todos e todas que tiverem o desejo e curiosidade de saber a respeito.

Imagem 6 - Toda Palavra

Fonte - Toda Palavra, nº 11, dez, 2016

Imagem 7 - Estudantes ocupam secretaria
Fonte - O Dia, 6-5-2016, p. 13 (Acervo de pesquisa)

Imagem 8 - A garotada aprende e nos dá lição de cidadania
Fonte - O Dia, 6-5-2016, p. 14 (Acervo de pesquisa)


Imagem 9 - Rio amplia Ensino Médio em horário integral
Fonte - Diário Oficial,nº 233, 21-12-2016 (Acervo de pesquisa)

Imagem 10 - Movimento #OcupaEscola toma conta das escolas do país

Fonte - Jornal Portal.com.br, maio 2016

Imagem 11 - Juiza determina reintegração de posse do prédio da Seeduc

Fonte - Jornal Extra, 24-6-2016, p. 7 (Acervo de pesquisa)

Imagem 12 - Alunos ocupam secretaria
Fonte - Jornal Extra, 21-05-2016 (Acervo de pesquisa)

Imagem 13 - Secretaria de Educação ocupada
Fonte - Jornal Extra, 06-05-2016

Imagem 14 - Desocupação e rebeldia

Fonte - Jornal O Dia, 07-05-2016, p. 11

Imagem 15 - Estudantes se enfrentam para forçar desocupação
Fonte - Jornal O Dia, 07-05-2016, p. 7

Imagem 16 - Grupos de estudantes voltam a se enfrentar na Mendes de Moraes
Fonte - Jornal O Dia, 14-05-2016, p. 8






quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O amiguinho.

Mais de seis meses se passaram desde que entramos em isolamento social, eu, Ana e José em nossa casa, devido à pandemia do covid-19. Apesar do prejuízo afetivo do afastamento de nossa família, amigos e colegas, eu e minha companheira acho que acabamos criando uma rotina que minimizou os traumas, entre lives, redes sociais, telefonemas... 

Mas, pensando no nosso filho é que às vezes bate uma incerteza de estarmos ou não fazendo o que é pra ser feito, pois ele, mal começou na creche e logo as aulas foram suspensas.  Inventamos brincadeiras, pintamos, desenhamos e jogamos bola com ele. 

Ele brinca na piscina de bolinha, no escorrega, caminha na "prancha do pirata" e na "trilha perigosa", com o carrinho de boneca, com o carrinho e  o velocípede, com os dinossauros, homem aranha e todos os outros brinquedos dele, além dos, claro, com tudo o mais que ele inventa. Sozinho, com a gente ou com suas irmãs, nossos animais..

Seis meses acreditamos ser muito do que ele teria desenvolvido na creche, mas, em compensação - também sabemos - ele não nos teria integralmente pra ele, em função do home office. Do acordar pela manhã, ao dormir, à noite, partilhamos nossas alegrias em ver o quanto ele tem desenvolvido e, tão maravilhoso quanto isto, as tiradas criativas, expressões engraçadas, ranzinzices e reclamações em um menininho de pouco mais de oitenta centímetros de pura explosão e pilha duracel autocarregável, 

Nosso vizinho tem um menininho um tantinho maior que nosso filho e, como eles não podem se encontrar, quando José ouve a voz dele ou escuta ele correndo, chama ele pelo nome e, apontando para o muro me diz que é o menino.

Isto sem contar as vezes que ele se refere ao primo, também, afastado dele, ou  seja, José, neste período tão delicado e sensível do seu crescimento e amadurecimento psíquico socioemocinal, incluindo, aí, todo o start de sinapses, maturação e crescimento dos neurônios.

Sabemos que, associado à atividade física, a creche estaria dispondo de todo um trabalho profissional de qualidade inigualável e responsabilidade ímpar com o nosso filho, da mesma forma que sabemos da extrema necessidade do sociointeracionismo na construção do pensamento e estruturas cognitivas para o desenvolvimento integral das crianças, nesta idade, o que aumenta, além do nosso amor pelo nosso filho a nossa responsabilidade em dar o nosso melhor para ele. 


Daí que, em função das expectativas nada agradáveis do desenvolvimento de uma vacina e início de aplicação em larga escala lá pra 2022 é que temos nos empenhado, diariamente, nesta rotina superagradável de brincadeiras, contação de histórias do folclore, parlendas, desenhos com a nossa criancinha, o que, apesar do contexto e por mais estranho que pareça já que não somos insensíveis com aqueles que perderam entes queridos devido à pandemia, preenche nosso cotidiano de felicidade.

Junto a todas as demandas que sempre existiram, agora, nos vimos empenhados a  outras novas que exigem atenção especial para o nosso cuidado e daqueles que tanto amamos, tornando o nosso dia a dia menos tenso diante deste futuro tão incerto que se nos apresenta mas, com um diferencial esperançoso de estarmos dando o nosso melhor, assim como tantos pais, mães e responsáveis, conscientes e esclarecidos sobre os perigos do covid-19 que se encontram em situação semelhante com seus filhos pequenos dentro de casa. E sem o amiguinho.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

O conto da ilha desconhecida, José Saramago


Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas. Este pequeno conto de José Saramago pode ser lido como uma parábola do sonho realizado, isto é, como um canto de otimismo em que a vontade ou a obstinação fazem a fantasia ancorar em porto seguro. Antes, entretanto, ela é submetida a uma série de embates com o status quo, com o estado consolidado das coisas, como se da resistência às adversidades viesse o mérito e do mérito nascesse o direito à concretização. Entre desejar um barco e tê-lo pronto para partir, o viajante vai de certo modo alterando a idéia que faz de uma ilha desconhecida e de como alcançá-la, e essa flexibilidade com certeza o torna mais apto a obter o que sonhou.”…Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós…”, lemos a certa altura. Nesse movimento de tomar distância para conhecer está gravado o olho crítico de José Saramago, cujo otimismo parece alimentado por raízes que entram no chão profundamente. Inédito em livro, O conto da ilha desconhecida é ilustrado por oito aquarelas de Arthur Luiz Piza.


 Acesso em 07/04/2020










Resenha: O Conto da Ilha Desconhecida


O livro O Conto da Ilha Desconhecida, do literato José Saramago, foi com certeza um dos livros mais curtos que já li. A versão que tenho, a da Companhia das Letras, possui um total de 64 páginas - isso porque há oito ilustrações do artista Arthur Luiz Piza.

Aliás, aqui vale um comentário: aparentemente todas as capas dos livros do Saramago publicados pela Companhia das Letras possuem ilustrações desse artista. Eu gosto bastante da estética que eles empregam, pois, apesar da imagem em relevo, mantém uma aparência limpa. O detalhe fica para a lateral: cada livro possui uma cor que orna com os tons da capa - no nosso livro em questão, a cor escolhida foi a verde.
Acho que já li O Conto da Ilha Desconhecida umas três ou quatro vezes, essa é uma daquelas histórias para as quais sempre podemos voltar e ter certeza que novos detalhes serão descobertos. Facilita o fato de que basta algumas horas para lê-lo inteiro. Mas não se apresse na leitura, viu? O número das páginas engana! Ao menos para mim, cada palavra do Saramago precisa ser digerida sem pressa para que eu possa tentar captar suas entrelinhas. 

Livros são sempre uma boa pedida como presente, esse então, acho excelente! Já presenteei algumas pessoas com ele (e espero de coração que tenham gostado). Além do enredo ser ótimo, essa versão que possuo é um capricho só: o papel é daqueles ligeiramente mais rígidos e brilhantes (pois é, sou péssima na descrição, espero que dê para entender), como se fosse de um livro de fotografias. A letra é um pouco maior que o habitual, o que também facilita a leitura. E a cereja do bolo são as aquarelas, que ocupam páginas inteiras e tornam o conjunto ainda mais agradável - além de contarem sua própria narrativa.

As aquarelas com colagem de Arthur Luiz Piza presentes no livro

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Quem somos Fundação José Saramago

A Fundação José Saramago nasceu porque uns quantos homens e mulheres de diferentes países decidiram um dia que não podiam deixar sobre os ombros de um só homem, o escritor José Saramago, a bagagem que ele havia acumulado ao longo de tantos anos, os pensamentos pensados e vividos, as palavras que cada dia se empenham em sair das páginas dos livros para se instalarem em universos pessoais e serem bússolas para tantos, a acção cívica e política de alguém que, sendo de letras e sem deixar de o ser, transcendeu o âmbito literário para se converter numa referência moral em todo o mundo. Por isso, para que José Saramago pudesse continuar a ser o mesmo, soubemos que tínhamos a obrigação ética de criar a Fundação José Saramago e assim, dando abrigo ao homem, aumentarmos o tempo do escritor, sermos também a sua casa, o lugar onde as ideias se mantêm, o pensamento crítico se aperfeiçoa, a beleza se expande, o rigor e a harmonia convivem.

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

As representações estudantis nas telenovelas.




Ainda que se trata de um núcleo de representação das tensões nos cotidianos de uma escola pública, de periferia, o capítulo de ontem, 16/01/20, da novela Amor de mãe, de Manuela Dias, rede Globo, me chamou à atenção para as reescrituras midiáticas contemporâneas: A reação dos estudantes à decisão de fecharem sua escola, devido a uma manobra do vilão Álvaro (Irhandie Santos), ao subornar a diretora, Eunice (Dida Camero) e facilitar um tiroteio dentro do colégio, com o ferimento da professora Camila (Jéssica Éllen), por uma "bala perdida", termina com a sua ocupação, um emblema dos movimentos estudantis, em 2016, que respondem aos interesses empresariais, má gestão, violência, num ato de desobediência civil. O capítulo programado para ir ao ar na noite desta sexta, a truculência e a ação violenta da Polícia, com os alunos filmando e presença de repórteres no entorno, ao invadir a escola para tirar os alunos e professora será o núcleo das ações dinâmicas de ação. Longe de se tratar de uma denúncia ou, ainda, de alteração do quadro vigente, a emissora continua apostando no confronto direto com as atuais políticas ultraconservadoras, ainda que ameaçada de não ter sua concessão renovada pelo governo, além das atitudes odiosas do presidente da república com os repórteres da emissora e outros não alinhados com a sua ideologia.https://gshow.globo.com/…/camila-e-agredida-pela-policia-ao…