No ano de 2016, estudantes secundaristas no Rio de Janeiro surpreenderam as secretarias de educação, assim como muitos diretores de escolas, a seus pais e, alguns, a eles mesmos. Sem alarde, aviso antecipado, pistas sequer, as escolas amanheceram, como por um encanto, ocupadas por adolescentes que, ali permaneceram por 90 dias, muitos, sem ao menos, retornar às suas casas. Então, como eu já estava fazendo o meu doutorado e pesquisando justamente os movimentos de resistência estudantil, passei a conviver com os estudantes dentro de uma das escolas ocupadas.
Após a desocupação e a minha saída da escola que, afetuosa e generosamente me acolher, o Colégio Estadual Visconde de Cairu, no Meier, da Seeduc, e retorno à minha, a Escola Técnica de Santa Cruz, da Rede FAETEC ,que também havia sido ocupada, iniciei os estudos de todo o material coletado durante minha permanência em meio aos estudantes, compartilhando a sua rotina, acompanhando-os em suas manifestações, sem deixar de acompanhar o que a mídia divulgava sobre eles.
Concluído o estudo e a pesquisa, depois de quatro anos escrevendo, pesquisando, entrevistando, conversando, enfim, no final do ano de 2019, defendi a minha tese sobre as ocupações secundaristas no Rio de Janeiro em imagens: memórias afetivas de um movimento, sob a excelente orientação do meu colega e amigo, o Prof. Dr. Aristóteles Berino, pelo Programa de Pós Graduação Contextos Contemporâneos e Demandas Populares, da UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, obtendo o título de Doutor em Educação.
Imagem 3 - A educação em crise
Como sugestão da banca, no dia da minha defesa, inicio, a partir do dia 26/09/2020, durante o Seminário de Educação Popular, pelo GT Juventudes, Movimentos estudantis, a publicização e divulgação de todo o material jornalístico que eu colecionei durante a minha pesquisa. Nem sempre tive a facilidade de encontrar todos este material da imprensa, tabloides e jornais: só quem não mora aqui é que não enxerga que o nosso estado, assim como todos os outros, também é seccionado culturalmente, havendo determinados jornais para alguns bairros e, outros, para outros.
Imagem 4 - A mãe de todas as crises
Como também foi minha intenção analisar , futuramente o discurso utilizado pelos diversos editoriais, somente em determinadas bancas de jornais eu conseguia algum exemplar de um periódico da imprensa alternativa, e, isto, já havendo, antecipadamente, reservado o exemplar.
Imagem 5 - Toda Palavra
Desta forma, publicizando este material, fonte primária de pesquisa, em imagens por mim digitalizadas direto dos jornais impressos, homenageio, mais uma vez, os e as protagonistas das ocupações secundaristas e desejo que, assim como me foi de grande valia, que, contribuindo para a sua memória, que ele permaneça como registro deste movimento inédito no Rio de Janeiro para todos e todas que tiverem o desejo e curiosidade de saber a respeito.
Imagem 6 - Toda Palavra
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