sexta-feira, 30 de julho de 2021

A crônica (Parte 2)

 Balaio de crônicas

A imensidão que é a crônica

ATIVIDADES

  1. Leitura de algumas das crônicas sugeridas e disponíveis na coletânea. (02/08/2021)
  2. A proposta, após a leitura, é fazer comentários e anotações, seguindo os tópicos:
    1. Tempo cronológico: é possível reconhecer que cada uma das crônicas está tratando de épocas diferentes? Por quê?
    2. Maneiras de tratar o assunto: com o auxílio dos comentários, cada grupo terá a oportunidade de confirmar o jeito e o tom que cada um dos autores escolheu para construir o seu texto e expressar suas ideias.
    3. Que sentimentos ou emoções a crônica nos despertou? Raiva, medo, alegria, impaciência, curiosidade, nostalgia (saudades)?
    4. linguagem era atual? Era de difícil compreensão? O que ou em que passagens as ideias e a narrativa não ficaram claras?
    5. Qual é o assunto central da crônica?
    6. Qual a personagem ou os personagens que aparecem na crônica? Como eles estão construídos no texto? Qual o olhar do cronista para eles?
    7. autor fazia parte da situação narrada ou estava como observador, de fora? Quais são as marcas no texto que possibilitam essa percepção?
  3. Analisem o jeito de narrar que o cronista utilizou para captar o acontecimento e provocar reflexão e/ou crítica: adotou um tom sério e compenetrado? Ou, ao contrário, fez rir? Será que foi irônico, insinuando que suas palavras significavam o contrário do que diziam? Ou valeu-se de lirismo, fazendo comparações e metáforas poéticas?

Memórias literárias (Parte 2)

 O entrevistado e o tema

Esta é uma etapa muito importante do trabalho. Você e sua turma retomarão o contato com os entrevistados para colher e complementar informações que servirão de base para os textos de memórias literárias. Vamos avaliar as indicações dos entrevistados e escolher aquele que possa apresentar o depoimento mais envolvente. Se for possível, grave a entrevista e faça os registros. 

Atividades

  1. Selecionando os entrevistados – Quais são as pessoas que podem ter lembranças dos assuntos que escolhemos para contar? Quais serão novamente entrevistadas.
  2. Aprofundando os temas – Verifique quais foram os assuntos mencionados pelos entrevistados ou entrevistadas.
  3. Novos dados – O que não foi mencionado na primeira entrevista e sobre o que ainda não pensaram. Agora, vamos ler os “Temas que podem despertar lembranças nos entrevistados” para nos ajudar a pensar sobre os assuntos mais importantes para a sua comunidade.

Temas que podem despertar lembranças nos entrevistados

Modos de viver do passado
Jeito de namorar, frequentar a escola, brincar, cozinhar, relacionar-se com os pais, modo de vestir, comprar, viajar, cultivar a terra, comercializar, produzir objetos, festejar datas especiais, participação na vida social.

Transformações físicas da comunidade
Aparência das construções, ruas e praças de outros tempos, história da construção de edifícios, do crescimento da cidade, da destruição da natureza, do lugar.

Origem da comunidade
Se a comunidade for nova, poderá haver pessoas que tenham lembranças de como ela começou, por que motivo, de onde vieram os primeiras habitantes, como eram as primeiras moradias, escolas, hospitais.

Antigos lugares de trabalho
Uma fábrica que deu emprego a muita gente e fechou, uma fazenda onde as pessoas trabalhavam e moravam, uma empresa pequena que cresceu muito, uma venda que virou supermercado, as pequenas lojas que desaparecem com a chegada dos shopping centers.

Profissões que desapareceram
Nas grandes cidades, por exemplo, os leiteiros e padeiros que vinham com suas carrocinhas entregar leite e pão, as costureiras que trabalhavam nas casas das pessoas, as datilógrafas com suas máquinas de escrever.

Eventos marcantes
Uma grande enchente, uma comemoração importante, uma festa tradicional, a visita de um presidente ou outra pessoa ilustre, o buraco que se abriu no chão e engoliu parte do bairro, um grande acidente, uma vitória marcante do time da cidade.

Moradores ilustres
Pessoas que marcaram a história da comunidade, em razão de suas ações - sejam elas positivas ou negativas - ou simplesmente porque eram conhecidas por todos do lugar.

Histórias de luta
Momentos que representaram grandes conquistas para o lugar motivadas pela ação do povo - pode ser a chegada da energia elétrica ou a construção de um posto de saúde, por exemplo.

Mudanças na demografia
Reflexões sobre a população que habita o local e as transformações que envolvem migração e imigração.

Festas tradicionais

Celebrações que tenham se transformado ou se mantido ao longo do tempo.

Lendas e narrativas da tradição oral
Histórias envolvendo personagens folclóricos e narrativas de assombração, por exemplo, contadas no passado.

Transformações da paisagem
Mudanças na vegetação, nos rios, nas praias e em outros elementos da natureza que fazem parte da localidade.


4. Após escolher o seu tema, converse com a pessoa que você entrevistou e lhe apresentou o objeto de grande valor sentimental. Grave um áudio, no mural de sua turma, a nova conversa aprofundando o assunto. Escreva e coloque fotos dos objetos apresentados falando a respeito.  Interaja com seus colegas ao receber algum comentário.


Conteúdo adaptado da Olimpíada de Língua Portuguesa (2021)

quinta-feira, 22 de julho de 2021

E as crianças, Dudu?! (3/3)

Sobre crianças transmitirem pouco, não transmitirem ou, ainda, serem contaminadas grave ou levemente, o estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em setembro de 2020, ainda que em menor proporção - isto antes da vacinação, claro! - pensando na mobilização da sociedade forçando um retorno às aulas presenciais, revela que as escolas e creches podem ser reabertas, desde que medidas de mitigação adequadas estiverem em vigor e os funcionários devidamente imunizado, conclui a pesquisa.

É possível impedir uma criança de 3 anos de trocar a sua máscara de proteção? Como saber do contágio dos funcionários da creche ao se deslocar, diariamente, para a escola? Se ela teve contato com alguma pessoa infectada nos últimos 10 dias? Se todos dentro de suas casas já foram imunizados completamente? E, por fim, como evitar o tão necessário abraço, o carinho, o contato entre as crianças e, até mesmo, suas professoras de quem elas tanto sentem falta?! Estas e outras questões sobre os riscos da retomada, apontadas pelo infectologista pediátrico Fabrízio Motta, supervisor do Serviço de Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Porto Alegre me serve como alerta.



Então, meu querido Dudu, prefeito Eduardo Paes em que, assim como a maioria dos meus colegas, votamos, consciente e, até o momento, acertadamente - claro que, muito mais para expulsar o Crivella! -, mas conhecendo um pouco de suas administrações anteriores, com seus erros e acertos, e eu, agora, como pai do José Vitor, com os seus lindos 3 aninhos,  professor da rede pública de ensino, estudante de pedagogia, lhe peço encarecidamente para assumir sua declaração em resposta ao Dória, ao provocá-lo na corrida da vacinação, ironizando-o com a declaração de que adolescente vacinados já é coisa velha, que é bom aguardar...

E as crianças, Dudu?! (2/3)

 



Como concluímos aqui em casa neste tempo de isolamento, a cada conversa sobre o nosso filho voltar ou não presencialmente pra escolinha dele, para o contato com os seus amiguinhos, com o priminho, brincar, bater, apanhar, jogar, fugir, se esconder, enfim, se socializar no grupo, com o grupo, para o grupo, coletivamente isto tudo pode, tem que e vai ser recuperado no tempo devido, entretanto, as sequelas da contaminação pelo vírus tem se mostrado nefastas, senão, irreversíveis.



Agora, com o avanço, ainda que bem mais lento do que poderia ter sido, - devido à irresponsabilidade deste presidente motoqueiro, genocida, que faz vista grossa à corrupção que se aproveita da pandemia, - agora, com os adultos vacinados, são as crianças, jovens e adolescentes os mais expostos ao vírus.

Mesmo não considerando as variantes, a matéria do dia 13/07/2021, assinada por Carla Canteras, no Portal R7,  mostra-se importante ao ressaltar que a imunização do núcleo familiar é extremamente necessária, com as duas doses da vacina, de acordo com os fabricantes, mas, não só: todo o cuidado com a higiene tem que ser redobrado.

Algumas vacinas, dentre elas Coronavac teve o seu uso emer Maigencial aprovado para aplicação em crianças de 3 a 17 anos na China, assim como a Moderna e a Pfizer estão em fase de testes para uso em pessoas abaixo dos 12 anos.

Mas, e por aqui, no Rio de Janeiro, como está o calendário de vacinação?! Não tenho opinião formada sobre o ritmo de vacinação considerando a taxa de transmissibilidade, leitos ocupados e mortes, considerando a bandeira e os dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, mas, fechar o calendário em 12 anos até setembro, sem expectativa de avançar para as crianças menores não vejo como uma boa prática de planejamento e gestão em saúde pública, ainda mais, pensando que crianças também são vítimas da Covid 19, lembrando que os gestores tem autonomia, dada pela Câmara Técnica, para seguir com a própria estratégia de vacinação.


continua

sexta-feira, 16 de julho de 2021

E as crianças, Dudu?! (1/3)

Hoje acredito que vai ser um dia incrivelmente especial para o José, pois vai ter uma atividade presencial para as crianças que se encontram estudando em casa devido ao necessário isolamento social, no JE Fagundes Varella, cuja proposta pedagógica, atenção, cuidados e comunicação com a gente merece todo o elogio.


Imagens da Internet 

Não só a pedagogia nos ensina, mas a nossa própria história de vida nos mostrou como a socialização foi importante na construção dos nossos laços de pertencimento, identidade e relacionamentos e isto, claro, se refletiu diretamente na nossa educação, formação e aprendizagens diversas.

Aprendemos que o convívio com todos os tipos de diferenças é importante; que o respeito ao pensar diferente nos constitui como seres humanos; que obedecer regras nos mostra os limites das minhas possibilidades e do meu semelhante; que a nossa sociedade exige um comportamento que me faça entender que a colaboração é o cimento social de qualquer agrupamento humano.

Nosso pequeno está em isolamento social, longe de suas amiguinhas e amiguinhos, desde março de 2020 e, de lá pra cá, somente a avó, a madrinha e o dindinho dele é que, apesar do contato através de vídeos, esporadicamente vem aqui em casa o que o deixa muito feliz querendo mostrar tudo o que já sabe fazer.

E, confesso, esta foi uma decisão nada fácil de tomar o que nos levou, a mim e a mãe, e isto depois de muita leitura e conversa com a pediatra dele e o tio, que é médico, além de sua esposa, também pediatra, a optarmos pelo afastamento necessário, imagina, então, diante de mais um aniversário... online..


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Nos esforçamos, neste mais de um ano, a suprir o que somente a escola tem a capacidade de promover às crianças que, no maternal I , soma ao cuidado e brincadeiras, a educação. Sabemos que a ludicidade é muito mais do que aparentam as "simples" brincadeiras. Não é necessário leitura para quem é pai e mãe. Apesar de importante. 

Não falo como educador, tampouco pensando nos fundamentos da alfabetização e letramento, nas hipóteses de aprendizagem, nas etapas de maturação, no sociointeracionismo ou, até mesmo, no construtivismo, mas, somente, no que vivencio diariamente com o meu filho, ensinando, trocando, multiplicando e aprendendo juntos, o que é maravilhoso!


continua

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Memórias literárias (Parte I)

 


Vamos falar sobre o gênero memórias literárias? Para abrir nossos caminhos, selecionamos a canção “Oração ao tempo”, de Caetano Veloso, lançada em 1979, no álbum Cinema transcendental. Na versão aqui compartilhada, Caetano interpreta a música acompanhado de seus três filhos, no show Ofertório. Leia um trecho da canção:


Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo

 A homenagem à passagem do tempo está na letra da canção, na repetição da métrica e da melodia. E também nas rupturas e permanências simbolizadas pela união entre pai e filhos no palco. 
O tempo, matéria fundamental para a escrita de memórias literárias, é tema de muitas outras composições da música popular brasileira. 
Você consegue pensar em alguma? Que tal buscar obras musicais com essa temática e compartilhar entre vocês? 

    05/07/2021

ATIVIDADES
1) Ouça os trechos dos textos abaixo:


1) Depois de ouvir, responda:

a) Quais os temas que são tratados nos trechos?
b) Quem vivenciou e está narrando os acontecimentos na primeira história? E na segunda?
c) Elas se parecem com alguma situação que você já vivenciou? Como?
d)  Há acontecimentos marcantes na  sua vida que mereçam ficar registrados para sempre na sua memória? Quais?

2) Peça ajuda em sua casa, a outras pessoas, para lhes apresentar objetos que contenham alguma história interessante ligada às suas memórias, lembranças, infância... enfim, que tenha algum valor sentimental. 

Que tal a gente fazer uma exposição fotográfica para contar estas histórias?!

A crônica (Parte I)

 



Um dos fundamentos básicos da crônica é a relação com o cotidiano, marcada pela abordagem de uma situação, um acontecimento, uma memória, uma pessoa... 
Enfim, qualquer coisa que toque o/a cronista. 
Nesse gênero, destaca-se uma perspectiva sensível e particular sobre um tema desde um tempo e espaço geralmente específicos. No entanto, esses atributos não se restringem ao universo da crônica. 
O rap, por exemplo, é um gênero musical em que o cotidiano é também matéria-prima da dicção do rapper, para além de uma perspectiva de denúncia social.
É o caso da canção “A Ordem natural das coisas”, do Emicida, que podemos ler no trecho abaixo:

A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o sol nasce
De madruga que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o sol só vem depois
O sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O sol só vem depois
Anunciado no latir dos cães, no cantar dos galos
Na calma das mães, que quer o rebento cem por cento
E diz "leva o documento, Sam"
Emicida

A música oferece um outro olhar para a vida na periferia? 
Em termos estéticos, como isso é feito? Daria para transformar essa música numa crônica? 
Você conhece alguma outra música que fale do cotidiano de uma maneira que se aproxima da crônica? Qual? 
Pense nas suas músicas favoritas que você costumam ouvir. 

Mais  sobre crônicas

Vamos ler um pouco mais...


Quais as finalidades das crônicas, para quem, onde circulam e em que suportes (livros, jornais, revistas, internet) elas são encontradas?


05/07/2021

ATIVIDADE

Daqui por diante, sua tarefa será desenvolver o um olhar atento e sensível aos fatos do dia a dia: um morador de rua solitário na calçada, a forma de o feirante atrair os compradores, um encontro no ônibus, o futebol dos meninos na pracinha, uma notícia de jornal que desperta curiosidade… 

Tudo isso é material para que você possa, primeiro, refletir criticamente sobre questões sociais, ações, sentimentos e comportamento das pessoas e, depois, usar ao escrever sua crônica , trazendo à tona a vida da cidade. 

Não se esqueça que um cronista escolhe a dedo as palavras. Sua linguagem é simples, espontânea, quase uma conversa ao pé do ouvido com o leitor. Tempera os fatos diários com humor, ironia ou emoção, revelando peculiaridades que as pessoas, em sua correria, deixam de perceber.