sexta-feira, 2 de julho de 2021

A crônica (Parte I)

 



Um dos fundamentos básicos da crônica é a relação com o cotidiano, marcada pela abordagem de uma situação, um acontecimento, uma memória, uma pessoa... 
Enfim, qualquer coisa que toque o/a cronista. 
Nesse gênero, destaca-se uma perspectiva sensível e particular sobre um tema desde um tempo e espaço geralmente específicos. No entanto, esses atributos não se restringem ao universo da crônica. 
O rap, por exemplo, é um gênero musical em que o cotidiano é também matéria-prima da dicção do rapper, para além de uma perspectiva de denúncia social.
É o caso da canção “A Ordem natural das coisas”, do Emicida, que podemos ler no trecho abaixo:

A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o sol nasce
De madruga que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o sol só vem depois
O sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O sol só vem depois
Anunciado no latir dos cães, no cantar dos galos
Na calma das mães, que quer o rebento cem por cento
E diz "leva o documento, Sam"
Emicida

A música oferece um outro olhar para a vida na periferia? 
Em termos estéticos, como isso é feito? Daria para transformar essa música numa crônica? 
Você conhece alguma outra música que fale do cotidiano de uma maneira que se aproxima da crônica? Qual? 
Pense nas suas músicas favoritas que você costumam ouvir. 

Mais  sobre crônicas

Vamos ler um pouco mais...


Quais as finalidades das crônicas, para quem, onde circulam e em que suportes (livros, jornais, revistas, internet) elas são encontradas?


05/07/2021

ATIVIDADE

Daqui por diante, sua tarefa será desenvolver o um olhar atento e sensível aos fatos do dia a dia: um morador de rua solitário na calçada, a forma de o feirante atrair os compradores, um encontro no ônibus, o futebol dos meninos na pracinha, uma notícia de jornal que desperta curiosidade… 

Tudo isso é material para que você possa, primeiro, refletir criticamente sobre questões sociais, ações, sentimentos e comportamento das pessoas e, depois, usar ao escrever sua crônica , trazendo à tona a vida da cidade. 

Não se esqueça que um cronista escolhe a dedo as palavras. Sua linguagem é simples, espontânea, quase uma conversa ao pé do ouvido com o leitor. Tempera os fatos diários com humor, ironia ou emoção, revelando peculiaridades que as pessoas, em sua correria, deixam de perceber.


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