A Meia da Reserva
Última semana antes de mais uma prova charmosa no calendário oficial de corridas do Rio de Janeiro. A orla da praia do Recreio dos Bandeirantes.
Aproveitei todo o treinamento para a Meia Internacional do Rio e adicionei alguns elementos nas sessões. Mantendo o meu ritmo, creio ser possível concluir
a prova em 2h20m, já que nos treinos leves e pesados de 10 km tenho realizado em 1h5m, com pace 6.40 ou 6.30.
A intenção é me preparar pra maratona em 4h20m, utilizando o mesmo método de treino atual - anabólise/catabólise/supercompensação - (Revista Contrarelógio, Rodrigo Bicudo...) associando a treinos para diminuir o pace.
Também pretendo me esforçar mais na ingestão de água, tornar mais rigorosa a alimentação necessária e aplicar na musculação (Sesc, Vila Olímpica, Appai).
Isto sem contar a aquisição de um bom par de tênis, de um relógio para corridas e tabela de treinos, elaborado junto ao professor de educação física da FAETEC, o Franco, onde trabalho.
Como o circuito já é bem conhecido meu, apenas assisti a um vídeo e tenho procurado obter informações sobre transporte coletivo, já que a prova acontecerá no domingo e pensei na possibilidade em ir de BRT...
Na semana da prova, encerrei todo o treinamento para a corrida de maneira bem confortável nos 10 km em 1:05 no mesmo circuito plano da Orla de Sepetiba que tem se mostrado útil e suficiente para treinos de provas de até 21 km.
No dia 15 de agosto, fui retirar o meu kit na sede da Appai, no Centro do Rio e curti muito o comentário do rapaz do atendimento: não sei se por gentileza ou deferência, ele começou perguntando se eu era de 21K.
Não perdi a oportunidade e respondi jocosamente que se eu fosse um pouco mais jovem, certamente poderia ser de 5 ou 10 K. Aos 65 anos já posso me permitir os 21 rs
Ainda aproveitei pra confirmar a lounge pelo que ele não só confirmou como, também, apontando pra pulseira laranja presa no envelope do meu kit que teria também massagem , guarda volumes...
Era tudo o que eu precisava pois sairia muito cedo de casa e, se estivesse frio, teria que ir de agasalho. Massagem sempre é muito bem-vinda, ainda mais depois de correr a metade de uma maratona . Mas o guarda volumes é imprescindível!
No corredor, passei por uma sala cuja porta estava aberta e pra minha surpresa e encantamento era uma loja com tudo que uma pessoa apaixonada por corridas deseja.
Uma parede inteira de tênis de corrida, meias de todo tipo, videiras, pochetes, latas de leite.
LATAS DE LEITE?!
COMO ASSIM?!
Foi assim... Acordei as 3hs, passei o café, apenas tomei água e fiz minha higiene. Ainda na dúvida se desistiria pra ficar com meu filho que estava com febre, mas pretendendo voltar cedo, acordei as 3, peguei a bike pedalei até o ponto de ônibus às 4 da madrugada, pra pegar o BRT rumo ao Recreio.
José estava dormindo bem, junto com a mãe no quarto dele. Depois de uma viagem tensa pra voltar logo e pra não me atrasar muito, ainda tive de correr até a largada na praça Tim Maia, numa chuva torrencial.
Fui o último dos 21 k a largar, e isto graças à CET-RIO que, por questão de segurança, pediu aguardar e um rapaz me ajudar, já que meu chip perdeu o adesivo. Ainda mais embaixo de chuva, não seria demais que ele se soltasse do cadarço preso do tênis. Atrás do número de peito é bem melhor !
Como não iria disputar mesmo, ainda voltei alguns metros pra ver se achava...rs. Claro que não aconselho isto a ninguém! Sunds mais que era só eu recorrer aos organizadores o que fiz no dia seguinte. Fui adiante.
Meias, tênis e roupa encharcados , logo nos primeiros km, mas a temperatura, na casa dos 18°, até que estava boa pra manter o ritmo dos treinos.
"Vai, Julio! " um, amigo gritou já no retorno. E eu, ainda indo... Claro que dá um baita incentivo, tanto quanto ser chamado de veterano pelo fotógrafo na chegada.
No geral, a prova foi boa. Pena não ter aproveitado o visual da orla do Recreio dos Bandeirantes. E, claro, não deveria ter perdido tempo procurando o chip, tampouco me esquecer de proteger meus documentos da chuva.
Mas o café com leite quentinho, o lanche e a massagem valeram quase tanto quanto a medalha .
E, pra quem correu o tempo todo com vontade de urinar, o banheiro químico é o Éden. Claro que nem pensei em concorrer ao sorteio.
Ainda deu pra eu levar a medalha pro meu filho direto no hospital. A febre já tinha baixado, mas, por zelo e carinho, minha esposa trouxe pro médico.
Encerrar o dia com meu filho dormindo bem, uma boa refeição com direito a duas latinhas de cerveja, um demorado banho bem quentinho e a vitória do Fluminense exatamente contra o Flamengo, foi tudo de bom naquele dia.
16° colocado na minha categoria aos 65 anos e 3° na equipe da Appai, não dava pra acreditar. Foi quase um sub 2 ! Se arrependimento matasse, eu jamais teria voltado pra procurar o que quer que fosse!
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