Perigos na pista
Até agora, só participei de uma prova com a Blue line, pintada no asfalto, reservada à orientação dos corredores. No mais, o tangencimento nas curvas, ideal como estratégia, tão disputado, tem me levado a forçar mais uma perna que a outra.
Dores na parte posterior de uma das cochas, não se dão apenas devido a sobrecarga, mas, também, por causa de sprints, desequilíbrio ou fadiga muscular.
Foi assim que, ma corrida virtual do Dia dos Professores, no mês de outubro, já no 8 km dos 10 da prova, novamente senti a fisgada na anterior da coxa esquerda. A dor foi tão intensa que fiquei na dúvida se terminaria a prova andando.
Resolvi diferente: busquei abrir menos o joelho para diminuto a abertura da passada. Claro que acabei forçando a batata da perna. Mas conclui a prova com um resultado razoável pra minha situação.
Claro que faço consultas ao ortopedista e, na última visita, além de me receitar um bom par de tênis, melhorar minha postura e me alongar bastante, me pendurando numa barra ferro o que tem aliviado bastante a base da coluna, além dos braços e ombros.
Corredores de rua precisam atentar para buracos, poças dágua, cachorros que latem e correm atrás da gente, desníveis, objetos nas ruas o que nos faz dividir nosso olhar entre os carros, bicicletas, pessoas, cães e gatos .
Não sei se é privilégio de Sepetiba, mas, raros são os motoqueiros que, para fugir aos quebra molas, passan no vão rés ao meio fio.
Ainda fugindo das aglomerações devido à pandemia foi que numa curva, precisei subir na calçada repentinamente o que me fez sentir o calcanhar por muito tempo.
Sentir conforto no desconforto, como diz o Rodrigo Bicudo, educador físico, me leva a pensar muito antes de consultar um especialista.
Correr olhando o chão força demais o pescoço e nos impede correr com a adequada postura, o que, pra quem já não é tão jovem, leva a, no final do dia, precisar de gelo ou bolsa de água quente.
Num dos treinos fortes, de 10 km, me preparando para os 21 km, da Meia da Reserva, dentro de duas semanas, desconfiei do laço do meu tênis e desprezei a Lei de Murphy.
Logo no começo, precisei dar um melhor aperto e pensei se não teria sido melhor dar um nó em cima do laço. Então, na metade do percurso, exatamente num dos trechos onde poderia desenvolver maior velocidade, senti o tênis solto no pé e tive que parar.
Como miséria pouca é bobagem, um rapaz que passou por mim, ainda fez um gracejo dizendo que assim eu perderia o ritmo.
Fazer o quê, respondi pra ele, devolvendo o bom humor da brincadeira.
À noite, aumentam os perigos, não só devido à pouca iluminação em alguns trechos como também os faróis que nos cegam quando optamos por correr na contra mão.
E nem estou falando da iminência dos assaltos ou possibilidade de atropelamento relógios caros, celulares com fone de ouvido chamam muita atenção o que nos torna presas fáceis para oportunistas.
Em nosso grupo de WhatsApp, alertamos mutuamente sobre trajetos perigosos, a que se acrescenta saber que o deslocamento no Rio de Janeiro de determinadas regiões, ao centro ou zona oeste são tremendamente desaconselháveis.
Sacar o celular do bolso ou da pochete pode aumentar o perigo. Melhor é mantê-lo no suporte de braço quando não se possui smartwhatch.
Certa feita correndo pela orla de Sepetiba , tirei o celular da pochete e com ele não notei que vieram juntos os meus documentos que caíram no chão. Sorte minha que outro encontrado corredor passou por mim e o achou e guardou.
Algumas semanas, depois de eu ter cancelado os cartões e registrar a perda do meu RG, conseguiu fazer contato comigo, através das redes e generosamente me entregou.
Deus não joga dados com o universo e desconfio dss coincidências. Acho que existem leis de concausância.
Noutro treino, o longão do último domingo, retornando em meu circuito pra conseguir o volume necessário, vi uma carteira caída no asfalto e me abaixei pra pegar tentando diminuir a velocidade, mas sem parar, o que estimei ser possível e tranquilo...
Ledo engano: não só me desequilíbrei, como voei, literalmente, caindo de peito batendo com o queixo no chão.
Nem imagino como só quebrei o aro do meu óculos que, felizmente, estava dentro do bolso. E uma pequena escoriação no dedo da mão que, mais tarde, José, observador como ninguém, perguntou o que era aquilo. Minha companheira, dias depois, estranhou meu queixo inchado.
Claro que eu teria que ter desacelerado mais até parar. Mas, a ânsia, tanto de não interromper o treino, como de aproveitar a oportunidade de retribuir episódio idêntico, me levou ao erro muito grave cujas consequências poderiam ter sido bem piores.
Como diz o meu irmão: velho só morre de resfriado, queda ou camareira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário