A 24ª Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro
O maior evento de corridas
Saí de casa no começo da tarde do sábado e fui direto pra Marina da Glória a fim de pegar o meu kit, - que mais parecia uma cesta básica! - retornando pra casa da Nathalia.
Não me detive na Expo Atleta, a feira de artigos esportivos porque pretendia chegar cedo na casa de minha filha, além de que não haveria motivo pra gastar dinheiro com supérfluos, ainda mais nestes tempos de preços altos que o brasileiro vem amargando há muito!
Aliás, uma das coisas boas da Appai, reside nas inscrições de seus associados nas principais corridas do calendário oficial do Rio de Janeiro, o que tem gerado muitos elogios até de quem não é beneficiário daquela associação de professores e profissionais da educação.
De lá, no dia seguinte, iria pro Leblon, local da largada alterado naquela edição da 24ª edição da Meia Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, no domingo, 21 de agosto de 2022.
O pelotão geral, do qual eu faria parte, largaria às 7h15m pelo procurei chegar com uma antecedência de, no mínimo 40 minutos, o que consegui realizar pois, diferente de outras áreas do Rio de Janeiro, o transporte público, na zona sul, funciona a contento, mesmo nos finais de semana.
O glamour daquela prova, segundo a imprensa, tem tudo a ver com o cenário, "de tirar o fôlego", segundo a matéria do jornal O Globo, sendo uma das provas que mais atraem corredores de todo o país, com os seus 21 km pela orla da Cidade Maravilhosa, com largada no Leblon e chegada no Aterro do Flamengo, na praça Cuahtemoc, na Glória.
Realmente, conforme o noticiário, o esmero e o capricho da organização daquela prova despontava, principalmente, na infraestrutura.
Sua organização contaria, além dos postos de hidratação durante o percurso, com distribuição de água e isotônicos e torrones, oito postos médicos, todos com ambulâncias e UTIs, cinco postos com banheiros químicos, incluindo ônibus guarda-volumes. 900 pessoas, distribuídas pela largada, contribuiriam para o sucesso do evento somando aos médicos, paramédicos, socorristas, agentes de trânsito e demais órgãos públicos necessários à prova.
A Meia Maratona do Rio,
segundo o site oficial, a mais bela do país, possibilitaria a obtenção de tempos baixos devido ao seu rápido percurso, o que verifiquei durante toda a prova, principalmente, devido à velocidade imprimida nas curvas e em seu trajeto quase que exclusivamente plano, com poucas subidinhas.
Sua suspensão, desde 2019 devido à Covid dotava sua realização de uma atração diferenciada tamanha a ansiedade de quem conseguiu realizar a inscrição o que logo percebi no local da largada, no cruzamento das avenidas Delphin Moreira com Borges de Medeiros
Apesar de já ter participado de algumas corridas de rua importantes no calendário esportivo, aquela seria bem mais concorrida.
Estávamos retornando de um longo período de afastamento devido à pandemia. Sorrisos escondidos pelas máscaras. Muitos abraços e apertos de mãos de velhos e novos conhecidos . Como é bom dar bom dia, principalmente, a pessoas desconhecidas!
Nathalia não só me promoveu uma agradável noite de iguarias calóricas, mas, também, deixou o café preparado e uma marmitinha com um delicioso e nutritivo sanduíche
De sua casa no Andaraí, fui de ônibus, até o Leblon, ponto final da linha, local da largada, chegando num horário bem confortável e tratei de procurar pelo guarda volumes da organização.
Surpresa para este dinossauro aqui: uma fila interminável de ônibus amarelos, com o indicativo dos números de peito no para brisas, ao final da área reservada para a largada.
Coloquei o meu agasalho preto sobre a camiseta oficial, o boné do Fluminense que ganhei pelo dia dos pais, já com o número de peito devidamente, colocado com os alfinetes e entreguei meus pertences à recepcionista, na porta do ônibus que Identificou tudo me devolvendo o recibo.
Finalmente estava liberado pra ir pra fila dos sanitárias químicos.
O clima era de uma grande festa no setor verde pra onde eu fui designado largar. Um DJ animado dava as boas vindas a enorme multidão que, dada largada, caminhava em passos lentos, tamanha quantidade de corredores.
Definitivamente, o cenário honra os elogios desta consagrada prova pela beleza e diversidade da natureza: praias, montanhas, monumentos, casarões e prédios históricos, estação das barcas. E isto temperado com a memória e os cheiros da infância aos vinte e poucos anos vividos por aquelas ruas, prédios e orla da zona sul do Rio de Janeiro.
Morávamos eu, mamãe e meus irmãos em Copacabana, no posto 6 e íamos pra escola pela praia além de, na adolescência, cruzávamos o túnel novo, do Lido a Botafogo trabalhando como office boy, entregando catálogos aos comerciantes locais.
Dentro do túnel, muitos aproveitam para gritar palavras de incentivo e não tinha como me emocionar. Era um entusiasmo só daquela onda de corredores que trocaram uma cama quentinha por um sacrifício exaustivo aos músculos e articulações, depois de 5,5 km corridos, já na Avenida Princesa Isabel, prestes a cruzar o túnel.
Aquelas canoas eram velhas conhecidas quando, fingindo ajudar os pescadores, lá pelos anos de 1965, ("diz que") ajudando a puxar a rede (sqn), ganhava algumas sardinhas, reforçando o almoço lá em casa. Como não registrar aqueles momentos?!
Crianças não sentem frio, ainda mais correndo e jogando bola na areia da praia. Mas, na terceira infância, sim! Pra mim a sensação térmica naquela manhã de agosto, no Jardim de Alah, era bem inferior aos 17° dos termômetros, o que diminuiu mais ainda na saída do túnel, já na praia do Flamengo, quando a chuva fina quis apertar.
Eu havia me preparado pra enfrentar um frio bem maior, levando a minha long jonh, lembrança do surf e, com o pace já perto dos 6, tirei o agasalho - já não sentia mais tanto frio. É que sou daqueles que entendem que, para uma corrida acima dos 5 km, em que terei que correr por um bom tempo, o primeiro quilômetro já serve como aquecimento, pelo que descarto o gasto de energia desnecessariamente. Um alongamento me prepara tanto psicologicamente, quanto manda os estímulos necessários à prontidão muscular.
Deixei passar o primeiro posto dos sete de hidratação, pois havia pensado em pegar apenas três copinhos. A organização havia disposto 300 mil copos plásticos distribuídos durante o percurso em seus sete
postos de hidratação com o estímulo do seu oferecimento pelo pessoal de apoio.
Já passando da metade da praia do Flamengo, e, ao fundo, a imagem turística, da baía se Guanabara, com o Pão de Açúcar despontando com o seu bondinho. Naquele ponto, próximo a metade da prova, dava pra sentir como foi importante cumprir todo o treino planejado, durante quatro meses.
Em frente ao comando da aeronáutica fizemos o retorno pro centro histórico sob aplausos e mais gritos estímulo por faltar apenas 3 km eu continuava me sentindo confortável no meu pace entre 6 e 7 o que me levou a refletir sobre a funcionalidade do método de treinamento progressivo, volume e intensidade do projeto Bora Correr. Nem ao menos o desconforto da câimbra no diafragma me assolou como em tantas outras.
Cruzei