O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
MOISÉS, Carlos Felipe. Conversa com Fernando Pessoa: entrevista e antologia. São Paulo: Editora Ática, 2009. p. 96-97)
terça-feira, 16 de outubro de 2012
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